Hei. Você tem vídeo game? Que pergunta idiota pra se fazer a um nerd hoje em dia né, mas há umas décadas atrás essa era uma das primeiras que saia da minha boca quando fazia uma nova amizade. Hei cara que vídeo game você tem? Grande parte da galera ficava perdida e a outra parte respondia na lata. Um ATARI ou qual quer que fosse o vídeo game do cara (e muitas vezes eu é quem respondia a essa pergunta quando perguntavam primeiro). Quantos jogos você tem? E pronto, já era assunto pra horas de discussão, começavamos a falar dos jogos que cada um tinha, quais já tinha terminado, como passar a parte em que o outro estava enroscado e não conseguia passar, até culminar em dois desfechos, o primeiro era um convite. “Fala pra sua mãe deixar você ir em casa pra gente jogar Nintendo” , o segundo um ultimato, “Cara se tem que me emprestar essa fita do mario cart”.E assim era nos primórdios da minha existência nerdica, onde a única coisa que eu fazia depois da chegar da escola (desde o pré até o ensino médio) era jogar vídeo game.Com o tempo os consoles foram mudando, os gráficos melhorando, os jogos ficando mais difíceis(mentira foi ficando fácil) e assim a industria dos jogos em vídeo foi crescendo e com ela eu e o meu amor por essa parada toda ae. Graças a esses jogos eu sempre tinha um assunto na ponta da língua pra usar com quem partilhava dessa paixão assim como eu, tudo começou naquelas fitas e nos jogos de Atari que eu nem sei mais se alguém tem algum inteiro que funcione.Nesse ponto eu acho interessante usar um dito popular que diz “Educação vem de berço”, não podia existir maior verdade, visto que meu pai e minha mãe competiam todos os dias no bendito do atari enquanto eu bagunçava pela casa de frauda na bunda (eu acho, não me lembro bem, eles que me contam essa parte da historia), o fato é que, eu dificilmente parava quieto, até começar a ouvir os tiros em 32bits que vinham da tv de21” de tubo enquanto eles competiam em um jogo de nave espacial que nem eles sabem o nome, (chamam só de jogo da navinha).
Ser um gamer ta no sangue, e exige assim como tocar piano, ou jogar no Barcelona, anos de pratica e eu comecei a minha pratica bem cedo, não demorava muito tempo pra zerar um jogo e tava sempre atrás de um recorde novo pra chegar na escola e contar pra todo mundo que eu era o melhor, sempre sabendo que assim que eu desembuchace o meu recorde na cara da molecada, logo viria um pra tentar quebra-lo e ai de mim se o cara conseguisse, eram dias de trolagem até aparecer um novo jogo ou eu ter salvo um recorde melhor.Com a evolução dos consoles também veio a evolução lá em casa, ao invés do velho atari e das crianças do pré que brigavam e se gabavam dizendo “Ontem meu pai dexo eu joga no vídeo game dele” fazendo inveja pros demais, veio o super nintendo (acho que tinha um nintendo em casa antes disso mas não tenho certeza), nessa época a moda era alugar fitas ou cartucho, mas eu chamo de fita mesmo (por que comprar era só pra playboy, as FD...P eram muito caras), esse negocio de ter de devolver as fitas em dois dias, até menos as vezes atrapalhava muito, por que pra um apaixonado por games, não ver o fim de um jogo é uma tortura que ele vai carregar até que consiga terminar o desafio de matar o ultimo chefe. Entretanto isso só ajudou a mim e a meus amigos daquela época, por que, tendo em vista que precisávamos devolver os jogos e precisávamos também chegar ao fim deles só havia uma solução, chegar ao fim antes de vencer o prazo da locação.A galera se reunia na casa de um ou de outro e a tarde era dedicada aos jogos, saíamos com os dedos doendo, a cabeça queimando de tanto pensar, dores nas costas de ficar sentado de qualquer jeito, mais cada fase terminada era um grito de alivio, e coitado daquele maldito escroto que morresse e perdesse uma das vidas tão preciosas que a gente tinha lutado tanto pra manter, a regra era sempre a mesma: Morreu passa o controle. Ninguém queria passar o controle então todo mundo lutava ao maximo pra manter as vidas (sempre funcionou).
Tempos depois a primeira geração de vídeo game que não usavam cartucho e sim CDs veio, e com ela vieram os gráficos em três dimensões e os polímeros e jogos mais complexos que exigiam mais horas de jogo e nessa época nasceram grandes franquias que até hoje me fazem brilhar os olhos, como Residente Evil, e uma (como diz o Lichy) Caralhada de jogos muito fodas. Eu chegava da escola, ligava o vídeo game, colocava o jogo e enquanto o Playstation carregava aqueles loads intermináveis eu fazia meu prato de comida, jogava a mochila em cima da cama, o tênis do outro lado do quarto, sentava na frente da tv e nesse momento, caso você estivesse afim de cometer suicídio ou começar uma pancadaria era só me incomodar.Eu inventava dores de bariga falsas durante a noite, preparando o terreno para o dia seguinte, para não ir a escola dizendo que tava doente e assim que minha mãe fosse trabalhar eu ligava o play e pronto, esquecia do mundo. (eu só parava pra ir brincar na rua, e fazia muita merda quando saia de casa, mas isso é assunto pra outro texto, quem sabe em breve).Minhas relações de amizade eram fundadas nos jogos, fossem de dream cast, nintendo 64 ou playstation (o primeiro console, meu pai comprou um mês depois do lançamento, pago caro pra ....). As tardes de sabado tornaram-se campeonatos de winning eleven, as madrugadas eram seções corujas de alone in the dark, castelvania e final fantasy, e as tardes sempre viravam briga, por que geralmente era o horario que meu pai estava em casa e nesse época (e até hoje) a disputa dele com a minha mãe tinha acabado e agora eu era o oponente dele, brigavamos e eu sempre levava a pior por que eu queria continuar jogando mas ele queria jogar tambem, e era sempre o mesmo jogo que eu, ficávamos comparando salves pra ver que tinha mais itens, mais porcentagens e mais corridas terminadas essas coisas. Até hoje eu tento ensinar o velho a jogar direito, mas o coitado nunca teve talento (aashaushhauh).
Tempos depois eu cresci e comigo vieram os vídeo games mais fodas que eu já tinha visto, o play 2 e o X-Box, o Game Cube, o DS e o PSP. Eu já tava no colegial e minha preocupação e dedicação aos jogos equiparava-se apenas a minha dedicações as mulheres, aos animes, mangas, rock’n’roll e o inicio da minha “liberdade” para ir a festas, chegar tarde em casa e essas coisas, os jogos que eu joguei nessa época confundem-se na minha memoria com fases da minha, eu dividia o tempo gasto nos jogos de console com o tempo gasto na internet e nos jogos online (principalmente com Ragnarock), os campeonatos de winning eleven se tornaram horas a finco na lan house jogando CS e o nome no msn virou nick (The Jocker – Por que eu era uma piada jogando CS – nunca fui bom naquela merda). Em casa tudo o que eu fazia era upar meu gatuno no BRO e depois que o server saiu da fase beta e se tornou pago eu migrei pros paralelos da vida e continuei jogando, fiz muitas amizades nas lan houses da cidade por que basicamente batia ponto lá todos os dias depois (ou durante) as aulas da escola.Depois de mais alguns anos os jogos evoluíram e eu evolui, hoje o computador me toma mais tempo que o play ou o x-box, mas só por que eu não tenho nenhum dos dois, por que agora eu so grandinho, trabalho e tenho que me virar pra comprar as minhas coisas então já viu, complica um pouco a situação, talvez se eu não gastassem tanta grana em saídas, festinhas, barzinhos, choperias e bebedeiras com a galera. Entretanto eu fiz muitas amizades por causa dos games e passei muitas horas reforçando esses laços de amizade, logo vem uma nova geração por ae que vai substituir essa atual e eu espero que o mundo não termine em 2012 por que eu ainda quero jogar um bom GOD OF WAR em 3D com muita porrada e sangue espirando. E tenho dito.
domingo, 22 de maio de 2011
Eu pelos Video Games.
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Bom.. eu fui educado pela TV e pelos GI Joes! :P
ResponderExcluirPs. Só pra constar...agora eu tenho X-Box 360 *.*
ResponderExcluirsou feliz novamente. audaudhuaduaushda
Porra mano, no tempo do primario, quando chegava nas festinhas de aniversario na casa de amigos e tinha garotos que eu não conhecia, eu era apresentado assim "Esse aqui é o cara que eu falei que zera Magic carpet sem perder nenhuma vida."
ResponderExcluirSou foda digdim digdim digdim
Sou foda, no game eu esculaxo...
Eu sou sinistro
Meu primeiro video game foi um mega drive e minhas primeiras fitas foram Sonic e Mortal Kombat. Mais tarde, depois de muito aporrinhar minha avó, ganhei um Game Boy e daí começou minha paixão por pokemon e Mario Kart. Tive xbox, ps2 e ps3, mas o que eu curto mesmo é o meu filho recente PSP e a franquia de jogos Silent Hill.
ResponderExcluirhttp://www.papel40kg.com/
CAMILA DE ARAUJO, PSP é o melhor video game da geração mesmo e papel40kg é meu material predileto pra montar meus modelos.
ResponderExcluirTotalmente apoiada!!!
Se você ainda tiver esse gameboy e for daqueles antições sem cor, tijolão e estiver afim de vender eu to comprando...