quarta-feira, 18 de maio de 2011

O Guerreiro da Escuridão - Parte 3/3

O NERD METALEIRO

Qual nerd irá dizer que o heavy metal não faz parte de sua vida. Mesmo que você não seja um aficcionado, todo nerd é, inevitavelmente, um pouco headbanger. Nesta coluna irei escrever sobre algumas das principais bandas de heavy metal (ou não) do mundo, aquelas que todo nerd deveria conhecer. E não, não vou escrever sobre Helloween...

O Guerreiro da Escuridão (parte 3/3):

Thomas Gabriel Fischer, ou Tom Warrior, é um dos maiores nomes do metal extremo mundial. Nesta coluna, você conhecerá sua carreira, sua obra, e sua influência.

No final de 2001, Tom Warrior e Martin Eric Ain começaram a se reunir para compor novas músicas para o Celtic Frost. No posto de guitarrista, eles tinham agora Erol Unala, que havia participado com Warrior de seu projeto Apollyon Sun, durante o hiato do Celtic Frost. Na bateria estava o experiente baterista francês Franco Sesa. Não houve nenhum alarde para o retorno da banda, que agora era administrada pelos próprios músicos, donos do seu próprio selo.


O álbum que marcaria o retorno do Celtic Frost foi composto sem pressão, com o único objetivo de agradar os próprios músicos. O resultado saiu alguns anos depois, com Monotheist (2006), o álbum mais sombrio, e tavez o melhor álbum da banda desde a sua fundação. O álbum foi produzido por Peter Tägtgren, que já tinha feito ótimos trabalhos no metal extremo. Temáticas ainda mais obscuras, riffs ainda mais arrastados, vocais femininos e arranjos orquestrais faziam parte de um álbum que tendia ao doom metal, e que realmente honrou a história do Celtic Frost até então.

A banda saiu novamente em turnê, mas desta vez para uma bem-sucedida série de shows, incluindo o festival alemão Wacken, em 2006. Ao vivo, contavam com um guitarrista adicional no palco. A princípio contavam com Anders Odden, que logo depois foi substituído pelo alemão V. Santura, da banda de black metal Dark Fortress.

Em 2008, Tom Warrior já estava trabalhando no próximo lançamento do Celtic Frost, e também estava co-produzindo as gravações de um novo álbum da banda norueguesa 1349. Um aviso no site oficial do Celtic Frost, porém, trouxe uma notícia ruim para os fãs: "O guitarrista e vocalista do Celtic Frost Tom Gabriel Fischer deixou o Celtic Frost devido à severa e insolucionável erosão da estrutura pessoal, tão necessária para colaborar com uma banda tão única, volátil e ambiciosa". No início de setembro de 2008, outra nota no site oficial anunciava o fim definitivo do Celtic Frost.


O fim do Celtic Frost representou o início de uma nova fase na carreira de Tom Warrior: a fundação do Triptykon. Ao lado do guitarrista V. Santura, do baterista Norman Lonhard e da baixista (sim, baixista) Vanja Slahj, o Triptykon se propôs a criar um som denso e obscuro, retomando a sonoridade do Monotheist do Celtic Frost. O resultado foi Eparistera Daimones (2010).

Novamente com uma pintura de H. R. Giger na capa, Eparistera Daimones é um clássico instantâneo. Composições longas e pesadas, transitando por todos estilos e com elementos de black, death e doom metal, além da contribuição excepcional da vocalista Simone Vollenweider, o álbum é talvez um dos melhores já gravados.


As letras escritas por Warrior demonstram uma maturidade enorme e são muito pessoais, algumas refletindo até as angústias de Tom em relação ao Celtic Frost. Mais uma vez, Tom Warrior foi responsável pelo lançamento de um álbum que faz jus à sua própra história como músico e como ícone do heavy metal mundial.

O Triptykon lançou mais um EP, Shatter (2010), saiu novamente em turnê ao redor do mundo e planeja um novo lançamento, talvez para 2012. Thomas Warrior e o seu legado, seja com o Hellhammer, o Celtic Frost ou o Triptykon, influenciou uma enxurrada de bandas do metal extremo, como Paradise Lost, Cradle of Filth, Dimmu Borgir, Sepultura, e incontáveis outras.

Seja o que for que aconteça com a carreira de Tom Warrior a partir de agora, uma coisa é certa: ela está longe de acabar. E sua influência e importância está longe de deixar de ser sentida. Sua obra é eterna, assim como o heavy metal. E não poderia deixar de encerrar esta história com uma frase de Warrior, repetida muitas vezes ao longo de sua carreira: só a morte é real.

Nenhum comentário:

Postar um comentário