quinta-feira, 16 de junho de 2011

Old Games - Sin City



Sim City, para aqueles que não conhecem, foi um dos grandes dos títulos que impulsionou o mercado para os jogos de simulação. No game da empresa Maxis (mais tarde comprada pela Eletronic Arts), você tinha que construir e administrar uma cidade, cuidando dos problemas inerentes ao seu desenvolvimento (poluição, tráfego, impostos, criminalidade, etc.), tentando fazer que ela fosse mais a prospera possível, trazendo novos investimentos e benfeitorias para os moradores, os Sims (Daí o jogo The Sims).
A primeira versão dele foi feita em 1989 para os Microcomputadores, a qual tive a oportunidade de jogar no meu antigo 386 no início de 199x, do século passado. Ele era bem simples se comparado a alguns jogos do momento, mas já trazendo certa complexidade e diversão que até antão era encontrada apenas em outros jogos do gênero.
Mais tarde, conforme a capacidade de processamento (sempre ela) dos computadores melhoravam o jogo ganhou versões mais sofisticadas. A primeira delas, o SC2000 saiu em 1993, trazendo inúmeras novas situações que fez com que o jogo se tornasse um dos cults da década.
O jogo permitia explorar com mais profundidade as qualidades que seu antecessor oferecia, trazendo novas ferramentas de interação, além de uma aperfeiçoamento da “inteligência artificial” que controlava os desdobramentos das ações dos jogadores. Uma das metas principais a ser obtidas era a liberação das arqueologias, construções futuristas em forma de enormes prédios que abrigavam milhares de sims, permitindo que a cidade extrapolasse a cifra de 1 milhão de habitantes.
Parece um contra sendo, mas o que muitos gostavam mesmo era de destruir tudo. Já explico. Além de ter que cuidar de todos os problemas que uma grande cidade tem, você tinha que lidar com uma das coisas que os programadores de jogo, sobretudo os japoneses tem tesão de criar: desastres e monstros. Conforme sua cidade se desenvolvia, de vez em quando aconteciam tempestades, enchentes, incêndio e terremotos para ferrar com a vida do jogador. O caso é que não ficávamos à mercê apenas do caos criado pela (filha da) mãe natureza, mas também do inexplicável. Assim, monstros e invasões extraterrestres também aconteciam. O pior que os FDp tinha como alvos  coisas que a gente se matava pra conseguir: as construções mais caras ou algum prédio que você ganhava como prêmio por ter atingido algum objetivo.  
O legal é que essas ferramentas de destruição poderiam ser acessadas pelo jogador e, se ele quisesse detonar a cidade era só escolher o desastre e dar início ao caos, destruindo completamente a cidade.
É apenas cerca de 6 anos depois que uma nova versão seria lançada. Já sob a tutela da Eletronic Arts, em 1999 Sim City 3000 chega ao mercado trazendo inúmeros detalhes, ferramentas e outras situações, como a usina de reciclagem, incentivando a mentalidade da preservação ambiental que estava presente desde o primeiro título. Outra novidade era a possibilidade de influenciar e ser influenciado por cidades vizinhas permitindo empreender relações comerciais com elas por meio de contratos de prestação de serviços. O caso é que sempre eles ofereciam algum tipo de vantagem que mais tarde te ferrava e fazia com que seus moradores fiéis (pois é, deveriam ser corintianos mesmo) fossem para outra cidade. Bom, se eles fossem “curintianos” mesmo até que não iam fazer falta mesmo hehehe. 
Outro ponto que merece destaque foi que os NPC do jogo passaram a ter mais participação. A população reclama ou elogiava mais, dando ao jogador a idéia de como suas ações refletiam na vida dos Sims de modo geral. Além disso, a cidade contava com conselheiros e secretários que forneciam dicas que tinham por objetivo ajudar administração a cidade. Ou seja, eles puxam o saco quando as coisas estavam boas e desciam o KCT quando as coisas iam mal.
Por fim, em 2003, é lançado o SimCity 4. O jogo evolui ainda mais os conceitos já trazidos nas outras versões. Além da melhora em muitos aspectos, o jogo trouxe uma novidade que era a possibilidade transportar seus personagens do jogo The Sims (aquele jogo que você cria um personagem e brinca de casinha com ele) e integrá-los em sua cidade no Sim City.
Os jogos da franquia, com o passar dos anos foram ganhando inúmeras variações, como o Simfarm, onde você administrava uma fazenda, ou o SimPark. Durante essa trajetória a marca também ganhou versões para os consoles, como o Snes, Megadrive, Nintendo DS, e mais recentemente, em 2008 para o Wii, chamado de SimCreator.
As inovações que o jogo trouxe em níveis de detalhes técnicos e a sua reprodução quase fiel de inúmeras situações reais que atingiam diretamente a vida de inúmeros jogadores, fez com que o governo estadual apoiasse um projeto da utilização do jogo nas escolas estaduais para que os alunos tivessem noção de como muitas coisas que afetam sua vida diária funcionavam na prática, dando uma chance deles entenderem aquele monte de noticia abstrata que o Jornal Nacional dá diariamente ninguém entende: “O índice da inflação no mês de...” ou “São Paulo amanheceu hoje com 3874,5 km de engarrafamento...” e por ai vai.
Enfim, já são mais 20 anos de trajetória de um jogo que ainda alimenta a fantasia empreendedora de muitos jogadores, além de ter inspirado a criação de muitos outros jogos, ditando ainda a tendência de jogo que muitos outros desenvolvedores que estão chegando ao mercado de games tem copiado.
Tanto é que recentemente esse tipo de jogo voltou a ativa nas redes sociais com o jogo Megacity, que segue a linha geral do vovô da Maxis, mas com características que envolvem a necessidade de interação com os outros membros da comunidade. Faço aqui um apelo: Seus FDP pq vcs nunca mandam as coisas quando a gente precisa para evoluir ou construir alguma coisa no jogo...
De qualquer modo esse Megacity tá bombando, conversando com uns amigos que jogam, entrei de certo modo em uma crise de identidade. É que esses dias estava em um jogo online (sim eu tava lá dentro), quando no chat alguém falou, “nossa esse Megacity eh mto viciante”. Ai perguntei: “vocês nunca jogaram Sim City não?”... a maioria (quase todos adolescentes) disseram que não, e  até tentaram me corrigir se eu não estava me referindo ao The Sims...   
Ai caiu a ficha e fiquei me perguntando se na atual sociedade da informação não se perdeu uma das características que o Nerd sempre teve, isto é, a capacidade conhecer de cabo a rabo todas as particularidades sobre determinado tema/assunto/coisa da qual ele mostrava afinidade, fosse isso importante ou não. Será que a “nerditização” do mundo não descaracterizou a figura do nerd clássico? (falarei disso em outro artigo se o pessoal aqui do site deixar eu postar novamente)
Enfim, só sei que o The Sims rulava e ainda rula até nesses novos joguinhos que vem por ai. Quem tiver a oportunidade de jogar, recomendo. Só peço que quando forem construir o estádio de futebol, por favor, que ele não seja do Corinthians.

Enviado pelo leitor ARCANOLD (Professor, pesquisador e entusiasta dos Games. Também Co-Fundador da Associação Arcano RPG de Mestres e Jogadores de RPG de Marília-SP)

7 comentários:

  1. Eu nunca joguei muito pq eu achava sem objetivos. Do tipo: seja um bom prefeito e conquiste reeleição! E depois se torne um prefeito lendário ou algo do tipo... com opção de final ou continuar jogando infinitamente.

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  2. eu nunca joguei muito isso por que achava tosco na época, sempre preferi jogos mais "violen....vibrantes" ausdhausdauda

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  3. E bem vindo ao Nerd Zord Arcanold! Você é o cara! ^^

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  4. A parte mais legal era o ataque do Godzzila.

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  5. "Será que a “nerditização” do mundo não descaracterizou a figura do nerd clássico?"
    como dizem por ai : maldita inclusão digital .
    e to no nivel 16 do mega city , vo jogar até chegar no 90 que nem no café mania :)

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  6. Aloka, SimCity é genial. Eu devo ter jogado todas as edições antes da 4, e porra, o SimCity Classic é imbatível pra jogar descompromissadamente. Uma vez fiz uma cidade puta enorme nele que chamava Ramstein.

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  7. kra..eu curtia...eu sempre axei esse jogo loko...mais passava a maior part do tempo jogando outros clássicos do nitendo....

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