Quando eu olho para trás acho difícil acreditar que o mundo tenha mudado tanto em tão pouco tempo. Primeiro foram às tempestades eletromagnéticas e nossos computadores começaram a falhar, me lembro que ainda era só um adolescente e estava lendo alguns quadrinhos no meu novo tablete quando ele simplesmente pifou, achei que iria morrer sem aquilo. Hoje compreendo que não da pra sair andando por uma área de tempestades cheio de computadores sem esperar que eles tenham seus circuitos tostados pelo magnetismo.Mesmo vivenciando todo o processo, o Cataclismo, a chegada dos viajantes, a praga da loucura e o despertar do Mana que culminou em uma guerra que eu lutei, mesmo depois de ter vivido minha vida inteira nesse “Novo Mundo” com essa “Nova Gente”, acho difícil acreditar que isso tudo aconteceu, se é difícil para mim que no auge da minha idade vivenciei todas as mudanças, imagino para aqueles que nasceram sobe a luz dessa nova era e que ao contrario de mim, não conseguem imaginar um mundo sem a magia, sem os Tecnocratas ou as historias que contam sobre os povos alem das muralhas. Pois eu vi esses povos, e acredite, a maioria deles te arrancaria a pele antes do café da manhã só pra lhes abrir o apetite.
Mas não foi para falar deles que este relatório me foi requisitado, pelo menos não no momento, este documento tem outro objetivo e o conselho de Éden-12 foi bem claro ao me atribuir está missão. “Relatar o cataclismo na visão daqueles que o viveram” foi o que disseram, essa parte da historia sempre foi muito confusa, a maioria dos dados se perderam visto que nossa sociedade dependia e muito dos nossos meios de comunicação, todas as pessoas no planeta (ou ao menos todas as que eu conhecia) tinham um aparelho celular, um computador pessoal em casa, televisores, rádios, e alguns iam alem, a internet era na verdade pouco diferente do que é hoje, era mais limitada, mais lenta e muito menos perigosa.Meus dias resumiam-se a horas utilizando os recursos do meu computador pessoal, do meu notebook e do meu tablete, até que me vi sem nenhum deles, quando o céu tornou-se púrpura pela primeira vez a reação das pessoas foi bem diferente, ninguém correu para se proteger, o alarme da cidade não soou, tão pouco os escudos foram levantados para proteger a cidade, ninguém sabia o que esperar, todos nós tivemos medo, mas era um medo diferente, um medo curioso que nos obrigava a ficar olhando para as nuvens tentando entender o que estava acontecendo.Então vieram os primeiros raios e nenhum canal de televisão conseguia transmitir conteúdo, os celulares pifavam ou tocavam todos ao mesmo tempo, como se alguém estivesse ligando, mas nunca havia ninguém na linha e eles simplesmente continuavam tocando. Quando os raios atingiram os prédios de Amsterdã o caos instalou-se na cidade, eram muitos raios e relâmpagos e o barulho era ensurdecedor, os alarmes dos caros dispararam e as pessoas corriam e gritavam, por um segundo senti-me paralisado pelo medo e lembro-me que vi as nuvens formarem redemoinhos no céu púrpura e logo em seguida um outro raio atravessou o centro desse redemoinho e foi terminar na lateral de um prédio que por sorte estava longe de mim, mesmo assim eu pude ver os escombros serem lançados em cima de um carro, amassando-o completamente.Senti alguém me puxar, era minha mãe, tínhamos acabado de sair do shoping, preparávamos as comprar de natal, era cedo ainda para pensar nisso, Dezembro mal havia começado, mas era uma tradição de família preparar tudo com a máxima antecedência para evitar qualquer problema, entretanto o problema daquele ano é que simplesmente não haveria natal. Não da forma que o conhecíamos.Eu fui atirado para dentro do carro, sentei-me no bando do carona enquanto minha mãe dirigia freneticamente pela rua, talvez tenha sido esse seu erro, talvez ela estivesse viva ainda não fosse o desespero, mas a única coisa que podíamos fazer era entrar em pânico, afinal os raios continuavam caindo e os escombros amontoavam-se nas ruas e a idéia de fugir não era exclusividade nossa, rapidamente a rua ficou lotada de outros veículos que aceleravam em todas as direções sem saber para onde exatamente correr, sem nenhuma preocupação com a ordem, um desses veio atingir-nos na lateral e desse momento em diante eu só me recordo de acordar no hospital com a forte luz de uma mesa de cirurgias em meus olhos e varias vozes ao meu redor.Minha mãe não teve o mesmo fim, ela ficara presa entre as ferragens e sobreviveu todo o tempo que foi preciso viver para gritar por socorro, quando o resgate em fim chegou o enfermeiro a ouviu gritar, pedir por socorro, a rua estava ainda mais devastada do que no momento em que eu desmaiei, o céu ainda estava púrpura e varias luzes já podiam ser vistas, a terá tremera um pouco onde estávamos, mas felizmente Amsterdã foi uma das poucas capitais que não recebeu uma invasão imediata de alguma parte dos outros planos.Ninguém sabia o que estava acontecendo, nossas redes de comunicações foram restauradas, mas ninguém sabia dizer ou explicar o que havia ocorrido, havia um fanático em pé sobre o balcão de recepção do hospital, eles estavam tão lotados que tiveram de me alocar no corredor quando viram que eu não corria mais risco de vida, eu vi toda a movimentação, eu o escutei dizendo que nós havíamos zangado a Deus e que era hora do apocalipse e dois ou três pacientes que esperavam para serem atendidos caíram de joelhos a seus pés gritando louvores, pouco antes da segurança arrasta-lo para fora, mas não sem tumulto, os seu novos fiéis tentaram proteger o fanático que por sua vez continuou gritando que estávamos todos condenados ao inferno, que aqueles que não se convertessem iriam arder nos raios de Deus.Mal sabia ele que Deus não tinha tido nada haver com isso e se tivesse, não parecia se importar com as fissuras na fina teia que mantinha os universos separados, ou talvez não se importava tanto quanto os demais que também reivindicavam o divino titulo. Demorou muito tempo até que se fizesse silencio suficiente para que eu pudesse ouvir o noticiário na tv, o repórter estava com uma faixa na cabeça e o braço tinha recebido uma tala, mas ele estava lá para fazer o seu trabalho, um exemplo de homem eu pensei, ele podia ter fugido, ter corrido para a sua família, era o que eu gostaria de fazer se não estivesse tão drogado da anestesia. Ninguém me tira da cabeça que o hospital inteiro tinha caído num silencio profundo quando a imagem apareceu na tela, não se ouvia um sussurro, um respirar, até mesmo os que agonizavam de dor pareciam ter se calado para ouvir o repórter.“Povo Holandês – ele começou e um arrepio me subiu a espinha – “Hoje nós sofremos um ataque contra nossa terra, nossos irmãos e irmãs estão feridos e muitos de nossos iguais estão agora mortos, nossas casas vieram a baixo e o caos reina em nossas ruas. Entretanto, este ataque não veio de nenhum inimigo conhecido, todas as nações do mundo com as quais nossos governantes conseguem se comunicar relatam exatamente a mesma situação, cientistas de todo o mundo estão em conferencia analisando os dados que lhes foram passados sobre cada acontecimento e ao que parece nós fomos subitamente atingidos por uma seqüência de eventos ainda pouco compreendidos. As próximas palavras que vou comunicar podem parecer absurdas, afirmo eu que são a pura verdade, peço que prestem atenção e procurem compreender. Nossos cientistas estão certos de que não foi um ataque, tão pouco um ataque alienígena ou o apocalipse bíblico em qualquer que seja a vossa religião, o que aconteceu aqui hoje foi uma fissura, eu repito, uma fissura nas linhas das dimensões. Acreditem, cientistas japoneses conseguiram explicar o acontecimento e são apoiados em sua analise por outros pensadores ao redor do mundo, a comunidade cientifica alemã inclusive se compromete a ajudar nas analises dos dados e apóia o diagnostico japonês, em algumas horas serão apresentadas provas mais conclusivas por hora tudo que pedimos é para que ermaneçam em suas casas se possível, caso contrario, procurem um posto policial, em instantes o exercito os procurará e terá preparado campos de refugiados para receber a todos que precisam e assim que a ordem for restaurada poderemos tomar um melhor curso de ação. Que Deus nos abençoe”.A tela do televisor ficou preta por uns segundos e então imagens começaram a invadir novamente a programação, imagens de pessoa correndo desesperadas, prédios caindo e tudo o que eu havia vivido horas atras, foi nessa hora que nós os vimos pela primeira vez, alguém em algum lugar do panamá estava filmando a praia da cobertura de um prédio, não consegui entender o que falava as legendas estavam pequenas demais para que pudesse ver, o barulho já se instalava novamente no recinto e a correria voltou agravada pelas palavras do repórter, agora ainda mais pessoas deixavam o recindo em busca do cristão fanático que continuava a pregar em frente as portas do hospital, todos tinham uma opinião sobre o assunto e todos queriam falar a respeito.Minha atenção voltava-se apenas para a ta onde a imagem distorcida do vídeo mostrava o chão se rachando e uma torre surgiu da área, era opaca e vermelha, parecia-se com sangue e ofuscou o sol no horizonte, ela foi seguida por um conjunto de torres menores e a câmera tremia ainda mais, podia-se ver alguém observando da janela da torre vermelha mas não era possível distinguir a figura.A Torre vermelha literalmente brotou do chão, com a areia da praia escorrendo por seus tijolos lisos, sua arquitetura mostrava varias gárgulas circundando-a, era robusta, alta, cercada por uma série de outras torres menores que uniam-se por meio de um muro que mais parecia a muralha de um castelo medieval, ao que me parecia dali as muralhas eram guarnecidas de longas estacas repletas de corpos espetados, formando uma barreira de mortos por toda a extensão do murro, na maca, eu remina.No vídeo o câmera ainda gritando tentou aproximar o zoom da câmera para focar melhor a pessoa que observava da sacada de uma das janelas da torre, a imagem tremia e estava embaçada, mas parecia um homem, com uma capa ou um manto que lhe cobria o corpo todo, negro como a noite, e então houve um brilho, um raio de tom arroxeado e negro voou em direção a câmera, consegui ouvir vários gritos de homens e mulheres e então o celular caiu no chão e seu possível dono agora estava morto, e por uns poucos segundos antes da programação ser interrompida bruscamente eu consegui ver seu rosto, deveria ser mais jovem do que eu, mas os cabelos estavam inteiramente brancos, a carne aderira aos ossos como se nada mais houvesse entre eles, os olhos estavam inteiramente negros e a feição contorcia-se em uma carranca de dor. E então, eu desmaiei novamente.Essa fora a primeira vez que vi a magia, e o que ela poderia fazer. Esse foi meu primeiro dia durante O Cataclismo. Enquanto a fina linha que mantinha as dimensões separadas se rompia e tudo aquilo que para nós não passavam de lendas eram tragados para dentro do nosso mundo, mesclando-se, misturando-se, destruindo e sendo destruído. Não havia nada que pudesse fazer, não houve aviso, não houve esperança, houve apenas o Cataclismo
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Gostei do cenario.
ResponderExcluiré manooo falto mais fotinha ai em cima aushduahuhduhhduas
ResponderExcluirHAHAHAH, ta pegando minha mania é? Texto enorme e sem imagens... HAHAHAHAHAHA
ResponderExcluirNé velho que tenso...e olha que foto e ilustração pós apocaliptica tem de quilo na net asdoijasdjoasdiaodajid
ResponderExcluirAh, achei bem legal. Já disse que tem que escrever um livro. o/
ResponderExcluirMas eu entendi? Amsterdã na Alemanha? O_O
Essa ai mesmo :D pq o espanto ?
ResponderExcluirAmsterdã num é na Holanda? rs
ResponderExcluirausdhiaushiaushdiaudhaisudahisuh
ResponderExcluirsei lá asudhaisudahu só revisei o texto uma vez SHDAIUSHDIAUHASUH :X
auhesuhasuehausehuashueh...pois é... Amsterdã é na Holanda. rsrsrs
ResponderExcluirTa ai a Carla pra mostrar que eu não sou o unico que não consegue ler o texto sem ficar corrigindo.
ResponderExcluirA quando se trata de texto meu eu até agradeço asduihasiduahduahiusdhias
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