Teresa tinha acabado de ver no youtube como dar um nó de forca. Tinha praticado o mesmo em um barbante, e agora se sentia confiante para ir para uma corda de verdade. Com habilidade precisa ela começou a transformar uma simples corda em um belo utensílio de execução ou suicido. Para Teresa interessava apenas por um fim em sua vida, e depois de algumas pesquisas decidiu que morreria por enforcamento. Achou que seria dramático, mesmo que não houvesse uma platéia, morrer enquanto seus pés se agitavam no vazio, como uma dança.
Teresa nunca aprenderá a dançar. Uma das muitas coisas que se arrependia por nunca ter feito. Mas não pensava, muito, no que nunca tinha feito, e que nunca faria, pois seus pensamentos eram todos voltados para seu esposo e filhos perdidos.
Viúva há três meses ela tinha parado na quarta fase do seu processo de recuperação. Tinha superado bem o choque do momento. Negou, a sua maneira que estavam mortos e por fim aceitou. Sua família estava morta e não podia fazer nada para mudar isso, mesmo assim não conseguia encontrar um sentido para superar o fato e seguir em frente.
Teresa estava em sua idade balzaquiana de trinta anos. Tinha um porte físico belo. Nem gorda nem magra, tinha estatura mediana e se portava com tal elegância que, se os tempos fossem outros, poderia ser confundida facilmente com uma princesa. Seu andar era elegante e ela jamais levantava sua voz. Extremamente educada e inteligente, ela poderia ter sido modelo se fosse mais alta, ou uma comissária de bordo, se não tivesse se casado, aos dezessete anos por conta de uma gravidez indesejada.
Amarrando a forca em um abacateiro, que ficava no quintal de seu sítio, próximo ao seu belo jardim de margaridas, Teresa refletiu se havia arrependimento em ter se casado tão cedo. Não havia. Ela amava Júlio e de bom grado aceitou ter uma vida tranqüila ao lado de um homem mais velho, mesmo que isso desagradasse seus pais e lhe privasse de muitos sonhos. Foram treze anos maravilhosos.
Sem arrependimentos, mas sem nenhum motivo para continuar vivendo, já que não possuía mais parentes vivos ou amigos com os quais se importasse, ela foi até a cozinha pegar uma bonita cadeira. Daquelas antigas esculpidas em madeira nobre. Se o vendedor do antiquário não a tinha enganado era feita de cedro, uma das mais raras e nobres madeiras brasileiras. Levou à bonita, e pesada, cadeira até a árvore. Bem abaixo da forca, que balançava tranqüila a sabor do vento.
Era uma bonita tarde de inverno em Campos do Jordão. O sol brilhava e não estava muito frio. O clima estava realmente agradável para um suicido, pensava a linda mulher enquanto subia na cadeira. Antes de colocar seu último colar ela olhou ao redor e viu que realmente estava sozinha, ninguém surgiria do nada tentando impedi-la. E considerando o tamanho de sua propriedade, e o fato dos sítios vizinhos serem usados apenas por turistas ocasionais, seu corpo levaria semanas para ser encontrado. Uma pena pensava, se pelo menos um colega taxidermista a encontrasse...
A escolha pela taxidermia veio naturalmente após o nascimento de seu segundo filho. Tinha duas crianças para cuidar e como seu esposo era dono de um sítio, precisava de um ofício que ao mesmo tempo rendesse dinheiro e que pudesse ser feito em casa. Outra vantagem de morar em meio à natureza era a facilidade em encontrar espécimes para seu ofício. Poderia ter escolhido vários outros tipos de trabalhos artesanais, mas a taxidermia tornou-se sua paixão quando viu uma exposição de animais empalhados em um museu em São Paulo. Ela não se lembrava do nome do museu, era uma criança pequena na época, mas as obras jamais saíram de sua cabeça. Ela jurou para si mesma que, se um dia tivesse a oportunidade, aprenderia o ofício e se tornaria reconhecida por ele.
Reconhecimento ela alcançou aos vinte e oito anos. Apenas cinco anos após seu primeiro espécime: um gato chamado Olhos.
Tendo uma vida plena, como mulher, mãe e artista ela colocou o laço em volta de seu pescoço sem pesar. Preparou-se para saltar da cadeira. Respirou fundo, ironicamente, já que o objetivo almejado era perder todo o ar de seus pulmões, e deu um passo. Só mais um passo a separava da eternidade ao lado de seus filhos e de seu marido. Ficariam juntos e nada poderia separá-los.
Antes de dar o passo derradeiro, ela escutou um barulho de galhos se partindo e um baque alto. Olhou na direção do som e viu folhas ainda verdes caindo dos galhos de uma árvore. Todas as folhas se amontoavam sobre o corpo caído de um anjo. O anjo era parecido com o das histórias que lera, quando criança, em livros bíblicos. Era alto. Mesmo caído no chão e parcialmente coberto por algumas margaridas Teresa sabia que ele deveria ter mais de dois metros de altura. Seus cabelos eram longos, pretos e cacheados. Estava nu da cintura para cima, e como uma pintura de Michelangelo ele tinha o corpo perfeito. Musculatura forte e dois ombros largos que só não chamavam mais atenção que o par de asas, de plumas brancas, que saia de suas costas. Estranhamente vestia uma calça jeans surrada.
Depois do espanto inicial, Teresa tirou o laço de seu pescoço, desceu da cadeira e correu até o anjo. Perto dele pode verificar que o mesmo tinha sangue em suas plumas e vários cortes espalhados pelo corpo. Além de uma asa que parecia estar quebrada, ele parecia ter inúmeros outras escoriações, hematomas e até mesmo queimaduras. Quando o virou com o peito para cima viu que seu abdômen estava torrado. Apenas uma casca negra e ressequida cobria seu torso nu. Mas seu rosto estava intacto. Teresa nunca tinha visto um homem, não sabia se poderia considerá-lo como tal, tão bonito como aquele. Seu queixo era levemente quadrado, seu nariz era grande e proporcional ao seu enorme corpo. Verificando se ainda vivia ela abriu uma de suas pálpebras e viu um lindo olho caramelo se debatendo na orbita. Estava, inconsciente, porém vivo.
Uma pessoa normal entraria em pânico, chamaria um vizinho ou a polícia. Mas Teresa, que estava prestes a se matar, achou que a coisa mais natural a fazer seria levar aquela pobre criatura para sua casa, e ela o fez antes que a noite caísse.
Apesar da aparência de mulher bem criada e frágil, Teresa era forte e conseguiu arrastar o anjo até a cama que tinha sido, por muitos anos, seu ninho de amor conjugal. No leito ela utilizou seu conhecimento como taxidermista e costurou os cortes. Limpou a feridas, colocou gelo nos hematomas e colocou uma tala na asa partida. Não sabia se ajudaria muito, pois estava mais acostumada a lidar com cadáveres e não com seres vivos, felizmente, três horas depois de cuidados intensos os olhos do anjo se abriram. O Olhar de Teresa se cruzou com o dele. A criatura celestial disse apenas “Água”. Teresa lhe deu de beber e ele voltou a dormir.
Durante dois dias e duas noites Teresa velou ao lado da cama. Dando água e alimentando o anjo quando esse tinha consciência suficiente para engolir as papinhas de criança que ela fazia.
Na manhã do terceiro dia Teresa acordou de um breve cochilo. Para sua surpresa ela também estava deitada na cama. Ao lado do anjo. Que com o rosto voltado ao seu disse:
– Você parecia desconfortável naquela cadeira. Fiz algum esforço e te coloquei aqui na cama. Tem espaço de sobra para nós dois. Sou muito sortudo em ter caído em seu jardim. Obrigado.
– Pensei que você jamais fosse acordar – disse Teresa emocionada com os olhos lacrimejados. Ela mal conhecia o anjo, mas estava feliz por ele ter despertado. Não sabia explicar de onde vinha essa felicidade.
– Se acordei foi graças a você. Por favor me diga o nome de minha salvadora.
– É Teresa.
– Saudações. Meu nome é Enriquiel, mas se preferir pode me chamar de Henrique ou anjo.
– Vou preparar uma refeição descente. Você deve estar faminto! – disse Teresa saindo da cama constrangida por dividi-la com uma criatura que só existia nos sonhos dos homens.
Alguns minutos depois Teresa voltou para o quarto com um verdadeiro banquete em uma bandeja de prata. Havia carne, pão sovado, frutas, cereais, dois tipos de suco. Uma salada bem variada. Teresa não sabia do que ele gostava então tentou diversificar o cardápio.
Enriquiel ficou feliz em ver a comida. Sem um pingo de constrangimento ele ignorou os talheres e comeu com a mão. Primeiro atacando um suculento pedaço de mamão, em segundo bebeu um copo de capucino e logo a bandeja começava a ficar vazia tamanha era a fome do anjo. Ao entregar a bandeja vazia para Teresa, ele deu um leve toque, com a ponta do indicador, no dorso de sua mão e disse:
– Obrigado. Você faz mais do que esse anjo caído merece.
– Anjo caído? Você veio do céu? Foi expulso por Deus? Nesses dois dias que fiquei cuidando de você recorri a minha bíblia para entendê-lo melhor.
– Apesar da Bíblia ser um belo livro de parábolas, sinto dizer mas a verdade está longe do que se passa em suas páginas.
Teresa ficou fascinada. Tentava imaginar quantas pessoas no mundo tinham aquela oportunidade. Conversar com um anjo! Ter respostas sobre o sentido da vida. Não sabia o que tinha feito para merecer aquilo. Mas faria de tudo para aproveitar o máximo aquela graça.
Teresa nunca fora uma mulher religiosa, entretanto ela sabia que existia mais no mundo além daquilo que os olhos podiam ver. Não sabia de onde vinha essa percepção. Era capaz de ver coisas escondidas que a maioria das pessoas não via. Mesmo assim, aprendeu logo cedo a ignorar essas visões com medo de pensarem que ela era louca.
– Se a bíblia está errada. Quem está certo? Como você pode existir? – perguntou Teresa tentando encontrar uma lógica para o fato de ter um anjo de carne e osso em sua cama.
– Eu não disse que a Bíblia está errada, apenas digo que a maioria das pessoas interpreta mal suas histórias. Elas não conseguem enxergar a verdade nelas – disse o anjo enquanto lambia os dedos que estavam sujos pelo lanche que acabara de saborear. – Quando você me achou, deve ter reparado que eu usava uma calça jeans, não achou estranho?
– Achei um pouco. Tive que tira-la de você para melhor tratá-lo – disse Teresa ruborizando. – Também achei estranho você não ser assexuado como nas histórias.
– Anjos existem aos montes minha querida. Em ambos os sexos. Normalmente nos misturamos entre as pessoas as pessoas e até quando usamos algum dom sobrenatural as pessoas nos ignoram por estarem concentradas demais em suas vidinhas mundanas. Como se elas fossem significativas para o plano universal. Somos como o amor só nos vê aqueles que enxergam com os olhos do coração e não da razão.
– Ma eu te enxergo. O que isso faz de mim?
– Uma mulher muito especial – disse o anjo se aproximando de Teresa e fazendo um leve carinho com o dorso dos dedos em seu rosto.
– Obrigada. Mas não tenho nada de especial. Sou apenas uma viúva, que sem razão para continuar decidiu se matar no dia que você caiu em meu jardim. Não sou digna de tamanha honra. Não sou digna de você ter me salvado de minha cegueira espiritual.
– Por favor, Teresa! Não fale tamanha besteira! Eu não te salvei, você sim me deu uma nova vida. Pegou esse pássaro ferido, que estava caído em seu belo jardim, e com todo carinho zelou por ele – disse o anjo enquanto tirava os curativos que Teresa tinha feito em seu corpo nu. Cada faixa que caia revelava sua pele. Perfeita, sem hematomas ou queimaduras. Quando terminou de tirar suas faixas Teresa teve certeza que aquele anjo não tinha nada de assexuado no momento que ele a abraçou e a beijou.
O leito, que antes tinha recebido as lágrimas da viúva, mais uma vez se agitava ao embalo do amor. As mãos de Teresa se perdiam nas curvas daquela criatura perfeita. Os beijos do anjo eram ternos e percorriam todo seu corpo. A cada nova “zona” explorada, Teresa suspirava de prazer. Nessa dança erótica, a viúva se deixava conduzir até o momento no qual o anjo finalmente invadiu seu corpo com sua virilidade pulsante e calorosa. O anjo ia a vinha, inicialmente com suavidade
Durante dois dias eles se amaram como se cada uma das vezes, fosse a primeira Teresa até aquele momento achava que sabia o que era o amor, mas o anjo conseguia provar, a cada clímax, que o que ela entendia por amor era apenas uma vaga idéia.
No sexto dia, ambos estavam abraçados na cama. Teresa, aninhada entre os braços fortes de Henriquiel, ousou quebrar aquele silêncio mágico:
– Então Deus não existe?
– Ainda curiosa minha querida? Pois bem, não posso mentir então a verdade lhe revelarei.
Ao longo do sexto dia o anjo Henriquiel contou toda a verdade do universo para Teresa. Ela ficou espantada ao saber que não existia apenas um Deus e sim dois. Que se chamavam: Avitae, responsável por toda maldade do universo, e Virtue, responsável por tudo que existia de puro e bom. Também entendeu que da mesma forma que os anjos serviam Virtue, haviam demônios que serviam Avitae. Escutou sobre uma guerra que desde o inicio da existência, era travada entre os dois Deuses. E, depois de tudo isso, não se espantou tanto em saber que o mundo era repleto de outras criaturas sobrenaturais como lobisomens, vampiros e seres humanos capazes de feitos paranormais.
– Você abriu meus olhos Henriquiel. Eu que pensava conhecer todas as cores do mundo agora me sinto humilde e novamente curiosa a explorar essa nova paleta de cores que abriu diante de meus olhos. Podemos explorá-lo juntos?
Henriquiel ficou estranhamente silencioso. Levantou-se da cama, foi até a janela. Abriu e fechou ambas as asas. Virou-se para Teresa e disse:
– Sinto muito minha querida. Tudo isso que eu te contei parece ser muito fascinante. Mas é perigoso demais você ficar perto de mim. O demônio que me abateu em pleno vôo, e me fazendo cair aqui, não ira desistir tão cedo de seu desejo pela minha destruição. Infelizmente tenho que ir sozinho. Espero que compreenda isso e viva sua vida o melhor possível. Tenta encontrar alegria em outras coisas menos perigosas.
Teresa não acreditava naquelas palavras. Ela o tinha salvado, cuidado dele, acreditado em suas palavras. Tornado sua amante e confidente. E agora ele dizia que ia abandoná-la? Assim como sua família fizera? Teresa não gostou nada daquilo, mas não demonstrou seus sentimentos. Limitou-se a dizer.
– Já que tem que ir. Peço-lhe apenas mais uma noite em seus braços.
– É impossível mentir para mim Teresa, sou um anjo tocado pela verdade de virtue, sei que está chateada e sofrendo. Mas infelizmente as coisas são assim e nada poderá muda-las – disse Henriquiel voltando-se para Teresa e abraçando-a novamente.
Fizeram amor como se fosse o último dia de suas vidas.
Na manhã do sétimo dia, Teresa acordou cedo. Preparou-se com esmero para se despedir de Henriquiel. Roupa, maquiagem, cabelo. Estava mais bela do que no dia em que conheceu o anjo. Ela o acordou gentilmente dizendo:
– Acorde. Antes que vá eu queria te contar como perdi minha família. Acho que é importante.
– Só se for importante para você minha queria.
– É sim, não quero que existam meias verdades entre nós.
Assim Henriquiel se levantou. Colocou sua calça Jeans, agora lavada e com os cortes costurados, novas sandálias e retraiu suas asas fazendo com que elas sumissem. Colocando assim uma camisa que havia pertencido ao marido de Teresa.
– Vou sair andando. Não quero chamar atenção indesejada para sua casa quando eu sair daqui.
– Fico grata pela preocupação, agora me acompanhe. Está vendo esse retrato em cima da lareira? O homem de cabelos grisalhos e rosto fechado era meu marido. O menino bonito ao lado da menina sardenta eram meus preciosos filhos.
– O que aconteceu com eles? Que tragédia se abateu sobre sua família?
– Venha, me acompanhe até o porão. Prefiro contar a história lá embaixo.
Henriquiel achou aquilo estranho, mas estava em divida com Teresa e não questionou. Desceu as escadas do porão. Estava escuro e ele não encontrava um interruptor.
– Ah! Me desculpe. O interruptor fica na cozinha, vai descendo segurando o corrimão enquanto eu vou lá acender a luz.
Teresa foi até a cozinha, pegou algo na geladeria e desceu a escada silenciosamente atrás de Henriquiel.
– Eu sei que você está parada atrás de mim Teresa. O que tem de tão importante nesse porão que mereça tamanho suspense?
– Minha família – disse Teresa apertando um interruptor que ficava no final da escada.
Com o porão iluminado, Henriquiel estava diante da oficina de taxidermia de Teresa. Viu todo tipo de animais empalhados enfeitado vastas prateleiras. Viu cabeças de animais selvagens, alguns até mesmo ameaçados de extinção, mas nada chamou mais a sua atenção quanto ao que viu no centro da oficina:
Sentado em um tapete estava o marido de Teresa brincando com os filhos. Os três eram muito parecidos ao retrato da lareira, exceto pelo fato de parecerem congelados. Como se brincassem de estátua.
Antes que Henriquiel virasse para Teresa, essa injetou habilmente, com seringa que tinha pego na cozinha, uma droga em sua jugular. A droga fez efeito imediato e Henriquiel teve tempo apenas de abrir suas asas e avançar para cima de Teresa antes de perder o controle do corpo e ficar paralisado.
– Não adianta me olhar com essa cara de espanto! – disse Teresa olhando para Henriquiel e indo pegar sua caixa de ferramentas no fundo da oficina. – Você escolheu me abandonar. Achou que eu ia aceitar de bom grado? Se pensou isso é um anjo muito ingênuo! Assim como meu marido foi no dia que disse que eu estava louca por usar essa droga em animais ainda vivos! Ele não entendia! Eu precisava de corpos frescos e com esse potente anestésico/paralisante eu podia empalhá-los ainda com vida! Mas ele insistiu que eu deveria parar. Disse que não! E ele ameaçou ir embora e levar nossos filhos. Como ele ousava isso! Queria tirar tudo de mim, que sacrifiquei minha juventude e sonhos por ele. Não! Naquela mesma noite, durante o sono, ele e meus filhos receberam minha picada. Assim eles nunca me abandonariam. Porque fiz isso com meus filhos? Porque eles optaram ir com o pai. Cometeram o mesmo pecado do mesmo e tinham que ter o mesmo destino!
Teresa abriu sua maleta e dela tirou uma pequena serra elétrica de lamina circular. Ligou na tomada e começou a abrir delicadamente o peito de Henriquiel. Que nada sentia, mas que tinha pânico em seus olhos. Pensava em como poderia ter sido tão ingênuo.
– Porque eu ia me matar? – Teresa se perguntava tentando adivinhar as maiores questões que Henriquiel poderia ter naquele momento. – Sabe como é. Nunca fui uma pessoa má. Fazer o que fiz com meu maridos e filhos, me encheu de culpa. Consegui superar, mas não vi um futuro na minha arte já que não tinha mais nenhuma barreira a ultrapassar até que você resolveu me abandonar. Graças a você conheço todo um novo mundo repleto de criaturas que podem enfeitar minha coleção.
Se Henriquiel pudesse, ele gritaria quando Teresa começou a substituir seus intestinos por palha e estopa tratados. Seu sofrimento só terminou quando ela arrancou seu coração e o colocou em um pote com formol.
Algumas horas depois Teresa ficou diante de seu belo anjo. A obra estava pronta e ela o admirava feliz. Graças a um anjo caído em seu jardim tinha ganhado um novo sentido para sua vida.
no começo eu pensei:
ResponderExcluir-Quem salva um maldito anjo caído!
no meio da estória:
-P*rra ele vai mandar ela pro inferno!
no final:
-PQP! q p*rra q foi essa.
*foi a melhor coisa q eu li esse mes, ou ñ, ainda tem tempo...
Finalzinho surpresa :P
ResponderExcluirFico feliz que tenha gostado.
Eu tenho a mania de quando to lendo ou assistindo alguma coisa fico imaginando o final quando eu acerto eu fico puto e acho uma droga.
ResponderExcluirNesse caso eu me surpreendi tanto q eu nem sabia uq pensar a unica coisa q passou na minha cabeça foi "WHAT???".
Eu também não gosto de finais previsiveis. Por isso sempre tento faze-lo o mais surpreendente possível.
ResponderExcluirMeu primeiro livro tem um final assim. Logo eu coloco um PDF dele para Download. ;)
eu gostaria de ser empalhado :)
ResponderExcluirfico me imaginando velho caquético em uma poltrona empalhado.