Qual nerd irá dizer que o heavy metal não faz parte de sua vida. Mesmo que você não seja um aficcionado, todo nerd é, inevitavelmente, um pouco headbanger. Nesta coluna irei escrever sobre algumas das principais bandas de heavy metal (ou não) do mundo, aquelas que todo nerd deveria conhecer. E não, o Hashura não curte metal...
Em 2001, o Angra ressurgiu com uma nova formação. Pinçados de outras bandas de metal, vieram o vocalista Edu Falaschi, Felipe Andreoli (baixo) e Aquiles Priester (bateria). Completando o line-up continuaram os guitarristas fundadores da banda Rafael Bittencourt e Kiko Loureiro. Os membros que deixaram a banda, Andre Matos, Luis Mariutti e Ricardo Confessori, fundaram o Shaman, sobre a qual o Nerd Metaleiro falará em outra oportunidade.
Ainda em 2001 foi lançado o primeiro álbum da banda com a nova formação: Rebirth.
Depois de 'Unholy Wars' e 'Heroes of Sand', vem a faixa que dá nome ao disco. 'Rebirth' é talvez a faixa mais emocionante e poderosa do álbum. Suas letras falam sobre o reinício, sobre se reencontrar e renascer como homem após perder as esperanças. Rebirth é também a síntese do pensamento dos membros da banda após terem quase alcançado o final da sua carreira. As últimas músicas, 'Judgement Day', 'Running Alone' e 'Visions Prelude' contam o início da história sobre a qual se desenvolve o álbum. Rebirth, no geral, é um álbum pesado, recheado de solos, vocais versáteis, e preenchido por uma bateria ultra-veloz. Se não superou, certamente este disco igualou a qualidade vista em Angels Cry, e consolidou o nome do Angra no rol das principais bandas de heavy metal brasileiras.
Ao longo do restante do disco, a fé do protagonista continua sendo posta à prova. Ele vivencia a guerra, conhece a perda e a dor, e vê profecias sendo cumpridas. A penúltima música, 'Late Redemption', trata de seus últimos momentos na Terra, onde ele espera pela redenção de seus atos. Essa música conta com a participação de Milton Nascimento, cantando em português, e é o momento mais emocionante do disco. À parte da história, Temple of Shadows mostra o Angra em seu ápice: a interpretação de Edu Falaschi é talvez a melhor de toda sua carreira, o baterista Aquiles Prister não perdoa seus bumbos nem por um segundo, Felipe Andreoli despeja suas notas graves sem descanso, e a dupla de guitarristas está ainda mais afiada. É um disco pesado e intenso do começo ao fim.
Temple of Shadows foi muito bem recebido e rendeu uma extensa turnê, milhares de cópias vendidas e diversos prêmios. No entanto, depois de um tempo, os problemas antigos da banda, envolvendo o empresário e os músicos, voltaram a aflorar. Pirani, que detinha o nome Angra, se envolveu em confusões legais, o que resultou num mal-estar geral dentro da banda.
Exatemente por ter desviado do direcionamento melódico que o Angra sempre deu aos seus álbuns, Aurora Consurgens não foi bem recebido pelo público e vendeu pouco.
Na iminência de uma nova separação, toda a angústia que pairava sobre a venda resultou em declarações polêmicas de Aquiles Prister, que novamente levaram a banda à mídia pelos motivos errados. Depois de um período muito complicado e sem atividades, os conflitos foram resolvidos com a troca de empresário e com a saída de Aquiles Prister para a volta de Ricardo Confessori.
E, em 2010, com todos os problemas aparentemente resolvidos, o álbum Aqua foi lançado.
A emocionante balada sobre o amor 'Lease of Life' dá continuidade ao disco, e é seguida por ' Rage of the Waters'. Outros personagens da história, como o espírito Ariel, que controla os elementos, e o escravo disforme Caliban, tem sua participação em 'Spirit of the Air' e 'A Monster in Her Eyes'. O álbum encerra com 'Weakness of a Man' e a lenta 'Ashes', que conta com vocais femininos de Débora Reis. Aqua marca um novo retorno para a banda, e apesar de uma produção mais fraca em relação aos álbuns anteriores, esse disco cativa e emociona o ouvinte, e só ajuda a reforçar a relevância e a competência do Angra.
O Angra é uma banda que tem a capacidade de se reinventar sempre, e emergir dos mais diversos problemas com a cabeça erguida e um lançamento melhor que o anterior. No que depender da experiência e da qualidade musical dos guitarristas que fundaram a banda e dos outros membros, o Angra é uma banda que ainda vai ter muita história pra contar e um longo caminho de sucesso pela frente.
"We are such stuff as dreams are made on."
Fonte das imagens: www.metal-archives.com
Cada cabelinho estranho...
ResponderExcluirPelo menos eles não fazem progressiva no cabelo :P
ResponderExcluiro Temple of Shadows é mítico, isso é fato!
ResponderExcluirMas eu penso que a primeira fase da banda é a mais inspirada, sobretudo no que tange os vocais!
Enfim
Acho que não custa lembrar a tragédia que a banda se tornou ao vivo
Após a turnê do ToS a voz do Edu Falaschi morreu totalmente
O estilo de bateria do Aquiles (ultra virtuso) e o do Confessori (simprão pra kct) gera um contraste horrível qndo o Confa toca as músicas mais rápidas e complexas da fase Aquiles
O último show que vi não tinha tecladista (só sampler) e nem um mesário competente (acho que não tinha ninguem da equipe da banda na mesa, só pode...).. maior regulagem escrota, timbres horríveis, volumes desbalanceados, microfonia
O Rafael Bittencourt cantando fodásticamente Voice Commanding You inteira deixou uma humilhante impressão que o Edu Falaschi precisa ser demitido urgente
Abraço!
Fora as músicas todas esquisitas tocadas em tons mais baixos (o que não é o suficiente pra salvar o pobre Edu e suas desafinações miseráveis em todas as músicas)
ResponderExcluirAquele migué básico de emendar Carry On com Nova Era pulando a parte dos vocais mais alta no final da música...
Se falando da banda profissional com 20 anos de estrada que inventou a música (Carry On) que é um clássico, isso chega a ser ridículo
banda que ao vivo é ruim é triste demais
melhor banda de sempre
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